domingo, 16 de março de 2008

A invenção da ginástica no século XIX - Resumo

O artigo analisa uma profunda ruptura da tradição surgida na Europa entre os anos de 1810 e 1820, uma ruptura marcante que inicia práticas ainda pouco difundidas e sugere uma renovação completa da visão dos exercícios físicos. A verdadeira novidade nesse início de século consiste na análise do movimento: o cálculo das forças, o cálculo das velocidades e dos tempos. O tema central é o da eficácia mensurável traduzida pelas forças musculares, pelas velocidades e regularidades. A ginástica é instrumentalizada com a finalidade de multiplicar os números e se reestruturar com muita precisão para transformá-los em performances e melhorar os índices. Essa nova possibilidade de transpor cada performance em uma escala abstrata permitirá intermináveis comparações. A ginástica cria novas hierarquias de movimentos do mais simples ao mais elaborado, ela multiplica gestos quase abstratos reduzidos à sua simples expressão dinâmica. Essa ginástica do século XIX explora o movimento parcial cuja mobilidade se limita a uma única articulação óssea. O movimento humano leva sua mecânica a concorrer com uma mecânica mais ampla. Estas vantagens pode ir muito além nos grandes estabelecimentos. Porém, é necessário relacionar essas mudanças a outras mais amplas que pressupõem uma lenta inflexão da cultura do corpo que somente o contexto social ou econômico permitem entender que o trabalho mecânico começa a prevalecer em relação ao trabalho de habilidade, fazendo com que o conjunto dos registros corporais oscilem e assim favorecer movimentos geométricos orquestrados, rigorosamente medidos e precisos.

Um comentário:

Epistemologia da Educação Física disse...

Prezada Flávia,
Sugiro inicialmente que coloque o título do resumo no formato de Referência Bibliográfica:

Resumo: VIGARELLO, Georges. A invenção da ginástica no século XIX: movimentos novos, corpos novos. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte. V. 25, n. 1, p. 9-20, setembro de 2003.

Lembro que um resumo deve conter: os critérios de: exposição do tema central (primeiro), exposição da perspectiva do texto (segundo) e apresentação dos argumentos do texto (terceiro). Cada um dos três critérios vale 0,3. a soma dos três dá 0,9. O 0,1 para atingir 1,0, é referente à sua autonomia na escrita.
É perceptível, no detalhe, o avanço na qualidade da elaboração do resumo quanto aos critérios e a clareza na escrita. Você inicia já explicitando o tema central fazendo referência ao artigo\texto, cumprindo assim o primeiro critério. Contudo, você não expressa a perspectiva do autor, que é histórica e epistemológica. Assim, você salta da exposição do tema central já para os argumentos. Sendo que, há um ponto a ser revisto em seu resumo, que é quanto você escreve: “O tema central é o da eficácia...” Veja, é o tema central da época que o texto aborda e não do texto propriamente. Ou seja, como estamos trabalhando para elaborar o resumo como critério de tema central, você poderia ter colocado em outros termos, para não confundir a avaliação. A partir daí você indica bem a concepção de corpo que na época era produzida a partir dos paradigmas matemáticos e físicos. No restante, o texto está muito bom. Contudo, é perceptível que você está presa às palavras e frases do texto. Mas isso compreende como sendo uma base para o desenvolvimento de sua escrita para uma futura autonomia. Isto é, esse tipo de técnica só será válida se você progredir para abandoná-la no sentido de construir uma autonomia. Mas, se você a mantiver por muito tempo, em nada ela irá lhe ajudar. Porém, é nítido que você aos pouco a abandona.
Atenciosamente,
Prof. Renato Izidoro